Cosmólogos produzem novos mapas da dinâmica da matéria escura

Fatia do equador celeste mostrando o componente radial do campo velocidade (em quilômetros por segundo). Regiões azuis estão "caindo" em nossa direção e as regiões vermelhas estão "subindo". As galáxias da amostra principal de galáxias do Levantamento Digital Sloan do Céu estão sobrepostas. No centro da imagem, a infalível dinâmica da Grande Muralha de Sloan, uma das maiores estruturas do Universo conhecido, pode ser observada. Créditos: Universidade de Porstmouth.

Novos mapas da dinâmica da Matéria Escura no Universo têm sido produzidos  por uma equipe internacional de cosmólogos.

Usando técnicas de modelagem computacional avançadas, a equipe de pesquisadores traduziram a distribuição de galáxias em detalhados mapas do fluxo e velocidade da matéria pela primeira vez.

A pesquisa foi realizada por cosmólogos do Reino Unido, França e Alemanha.

O Dr. Florent Leclercq do Instituto de Cosmologia e Gravitação da Universidade de Porstmouth disse: "Matéria escura é uma substância cuja natureza é ainda desconhecida e que os cientistas acreditam que represente 80% da massa total do Universo. Como ela não emite ou reage à luz, sua distribuição e evolução não são diretamente observáveis e precisam ser inferidas."

Os pesquisadores usaram dados de pesquisas arquivados obtidos entre 2000 e 2008 pelo Sloan Digital Sky Survey (Levantamento Digital Sloan do Céu - SDSS), um grande levantamento tridimensional do Universo. A pesquisa possui profundas imagens multicoloridas de um quinto do céu e o espectro de mais de 900 mil galáxias.

Os novos mapas da matéria escura cobrem a parte norte do céu ao longo de uma distância de 600 megaparsecs, o que é equivalente a olhar 2 bilhões de anos para trás.

Os pesquisadores usaram um conjunto de ferramentas de análises fase-espaciais e construíram a pesquisa a partir de 2015, o que reconstruiu as condições iniciais do Universo próximo.

Probabilidades de detecção para diferentes tipos de estruturas (da esquerda para a direita: vazios, aglomerados de galáxias, filamentos e grupos de galáxias) na rede cósmica como foram observados pelo Levanto Digital Sloan do Céu. Os tipos de estruturas são classificados usando o DIVA, um algoritmo que acompanha as tendências da dinâmica, ao invés da configuração da corrente de densidade. O ponto vermelho nas imagens mostram nossa localização. Créditos: Universidade de Porstmouth.

O Dr. Leclercq disse: "Adotando uma aproximação fase-espacial revela-se um leque de informações, a qual foi previamente analisada somente em simulações e pensa-se ser impossível usando observações."

"Acessando essas informações em pesquisas sobre as galáxias abrem-se novas maneiras de acessar a validade dos modelos teóricos sob a luz de observações."

A pesquisa foi publicada no Jornal de Cosmologia e Física de Antipartículas.

Fonte: Phys.org